Capítulo 40

Narrado pelo Luan

-Bora boi?
-Não quero cara. Não enche- Joguei um travesseiro no Rober mas ele não desistia.
-Vai vai passar o resto da sua vida desse jeito? Vamos nos divertir cara.
-Mas que chato. Eu vou e vou beber o quanto eu quiser. Não quero ninguém no meu pé.
-Ta bom Luan, ninguém vai ficar no seu pé.
Bufei e levantei da cama indo trocar de roupa. Rober sentou na cama esperando eu terminar de me vestir. No fim acabei concordando que aquilo seria bom. Fazia uma semana que tinha a visto no show e as especulações sobre o término estava em vários sites, entretanto eu não tinha dito nada a ninguém, nem entrar no twitter eu estava entrando mais. Ainda me sentia covarde por não ter coragem de contar sobre o nosso fim. Aquilo estava preso em minha garganta e eu não entendia.
Coloquei na minha cabeça que me divertiria aquela noite sem medo de que me vissem, se saísse alguma coisa eu confirmava logo que estava solteiro, se não saísse nada, eu mesmo anunciaria o fim no meu twitter.
Dentro do carro Rober, Well e Gutão conversavam e riam alto enquanto eu fiquei quieto sem falar nada, só mexendo no meu celular. De vez enquanto sorria pra disfarçar do que eles falavam. Mas não eram sorrisos sinceros.
Entramos e fomos direto pro camarote. Assim que entrei já fui direto pro bar. Rober pegou no meu ombro como se pedisse pra eu ir devagar mas o o repreendi com o olhar. Olhei e vi a galara da banda reunida em uma mesa, só acenei e virei de costas. Estava afastado de todos e comecei a beber. Bebi um, bebi dois, bebi três... bebi não sei quantos copos.
-Luan vem sentar com a gente.- A Marla pegou na minha mão e saiu me puxando.
-Não quero cara, quero ficar sozinho- disse meio embolado mas ainda consciente soltando a mão dela.

Narrado por Rober

Luan saiu forçado, disse que não era pra ninguém ficar no pé dele e eu achei que só pelo fato dele sair seria bom, mas eu estava enganado. Agora ele estava sentado no bar bebendo sem parar, terminava um copo e pediu outro, não falava com ninguém e também não o vi olhar pra ninguém. Marla pediu pra ele se sentar com a gente, ele negou.
Foi passando o tempo e ele começou a passar a mão na testa. Me aproximei e vi ele com o celular no ouvido.
-Você é uma vagabunda- disse com a voz embargada pelo choro- Eu amava você. Eu te amo ainda- chorava mais e passava a mão pelos olhos secando as lágrimas.
-Luan com quem você tá falando?- perguntei e peguei o telefone da mão dele.- Oi? Quem é?
-Rober?- ela perguntou e eu reconheci sua voz.
-Tatáh me desculpa por isso, ele não está sentado com a gente, tá afastado de todos bebendo igual condenado.
-Tudo bem, cuida dele tá, ele não parece bem.
-Pode deixar,
-Fala pra ela vir pra cá- Luan disse segurando meu braço- Fala testa, por favor.
-Eu não posso- ela respondeu do outro lado da linha.
-Ela não pode Luan- eu repeti pra ele que bateu na mesa inconformado e virou o resto da bebida em seu copo- Tem certeza? Eu não sei se alguém vai conseguir tirar ele daqui além de você.
-Onde vocês estão?
-Em São Paulo mesmo.
-Me manda o endereço.
-Te mando por mensagem.
Desliguei o telefone e mandei o endereço pra ela. Confesso que respirei aliviado, quem sabe assim eles voltavam e  Luan melhorasse um pouco. Era tudo que ele precisava.

Narrado por Tanara.

Passavam das 3 horas da manhã quando Luan ligou pra mim completamente bêbado. Eu tinha chegado de Goiânia a pouco tempo e não fazia nem uma hora que eu estava dormindo. Ele chorava no telefone e me xingava, mas mesmo assim eu não sentia raiva dele. Ele estava magoado, eu entendia, apesar de eu não ter culpa nenhuma. Luan pediu pra eu ir, eu disse que não podia, fazia um tempo que não nos víamos e eu precisava daquela distância, mas pelo que Rober disse ele precisava mesmo de mim, e eu nunca o deixaria na mão. Levantei e vesti um saia preta um pouco curta, coloquei uma blusa transparente que prendia na parte da frente e ficava solta na parte detrás. Peguei um salto e passei uma maquiagem simples pra disfarçar minha cara de sono. Desci com os saltos em uma mão e a chave do carro,da casa e o celular em outra mão. Tranquei a porta de casa, entrei no carro e coloquei o endereço no GPS pra ele me guiar. Não demorou muito eu cheguei. Calcei o salto ainda dentro do carro e percebi que tinha muitos repórteres na porta. Mandei mensagem pro Rober pra ele liberar a minha entrada. Saí do carro e fui em direção a entrada da balada.
-Tanara por que você chegou só agora?- uns repórteres perguntaram.
-Vocês terminaram?
-Veio pra despistar a imprensa?- eles alfinetavam.
Sorri e acenei sem responder nenhuma pergunta. Falei meu nome pro segurança e ele autorizou minha entrada. Encontrei Rober ali no meio da pista e segurei em sua mão que me guiou até o camarote. De longe vi o Luan com a cabeça baixa no bar. Olhei pras pessoas que trabalhavam e acenei pra eles com a mão e o Juliano já gritou.
-Olha que tá aqui.
-EEEEEEEEEH- todos gritaram, acho que estava todo mundo bêbado.
Luan olhou assim que viu a gritaria e seus olhos logo encontraram os meus. Me aproximei dele e coloquei minhas mãos em seu rosto. Ele não relutou aos meus toques apenas começou a chorar.
-Ei não chora, eu tô aqui olha.
-Eu tô muito bravo com você ainda.
-Eu sei.
-Me tira daqui?
-Vou te levar pra casa.
-Não. Me leva pra outro lugar.
-Vamos fazer assim, vamos sair daqui primeiro. Você tá bem?
-Só quero vomitar.
-Consegue passar pelos repórteres sem dar vexame?
-Vou ficar caladinho- ele disse rindo um pouco.
-Confio em você.
-Tá- ele disse passando o dedo na minha boca.
Apesar de ele estar bêbado eu estava gostando dele estar me tratando bem, estava gostando de estar perto dele novamente. Segurei em sua mão ajudando ele a levantar. Ele deu duas notas de cem reais pro Rober e passou a mão pela minha cintura pra sairmos dali. Suspirei com suas mãos me tocado de novo. Era muito bom. Passamos pela porta e vários flashes vieram em nossa direção, Luan me puxou pra mais perto dele e sorriu, eu sorri também. Eles perguntavam muitas coisas mas eu disse que Luan não queria dar entrevista. Fomos pro meu carro e eu levei Luan pra um motel, foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, juro que não tive segundas intenções.
-Safadinha- ele riu se deitando na cama- Quer fazer lelele comigo- falou rindo.
-Não vou fazer nada contigo, só não tinha outro lugar pra te levar, a Juliana tá com o namorado lá em casa.
-Mas já que estamos aqui- ele se sentou e bateu na cama ao lado dele.
-Não, não vai acontecer nada.
-Você com essa sainha curtinha, não vai fazer nada comigo?- levantou rindo e me puxando pela cintura.
-Eu faria se não estivesse bêbado- disse me afastando dele- Quer água?
-Quero você- tentou me beijar. Aquilo era covardia, eu não resistia a ele, mas ele estava bêbado-Faz amor comigo?- pediu manhoso.
-Não vou fazer nada com você Luan.
-Com o Gustavo você faz- ele disse deitando na cama de novo.
-Não faço e nem nunca fiz- disse e ele começou a rir descontroladamente.
-Acredito- riu mais ainda.
-Para, você tá me ofendendo.-Pedi nervosa mais ele continuou rindo sem parar.
Assim que ele parou de rir, levantou como num pulo da cama e colocou a mão na boca.
-Quero vomitar.
-Vai no banheiro- respondi ainda chateada com ele.
Ele foi cambaleando pro banheiro e caiu no chão. Corri e ajudei ele a levantar. Ele saiu vomitando no chão do banheiro mesmo.
-Luan o que você foi fazer?
-É culpa sua!
Passei o resto da noite cuidando dele. Sem pensar em nada em troca, sem pensar que ele me perdoaria depois daquilo ou qualquer outra coisa, eu só queria cuidar dele. Eu ainda o amava muito.

Semanas se passaram  e eu não vi mais o Luan, ele não me ligou nem pra agradecer o que fiz por ele, aliás pra me agradecer ele assumiu o nosso rompimento e já começou a aparecer com várias mulheres diferentes. Isso era pra eu aprender a largar de ser boba, e dar mais valor a mim, se antes eu já estava decidida a esquecê-lo, agora era tudo que eu mais queria.
-Oi Rodrigo.
-Tatazinha que saudade...
-E aí sumido? Bora sair?
-Agora!

Oiii meus zamores. Passando pra postar mais um pra vocês. Aguenta coração que vem muitas surpresas por aí :D