Capítulo 24

Dedico esse capítulo à Anielly do @morenitasdoluan.


A semana foi passando normalmente, Luan voltou a sua rotina de sempre e a gente não se viu mais, porém ele sempre dava um jeito de falar comigo, mandava mensagem, ligava, tudo pra me deixar confusa. Gustavo estava muito fofo, tão fofo que chegava a enjoar, pegou abono do serviço aquela semana, pra me convencer que ele me amava e não deixar eu pensar na hipótese de nos separar.

Foi numa sexta-feira onde as coisas tomaram rumos diferentes. Eu estava preparando o almoço e ele apareceu na cozinha. Sorri pra ele e continuei a fazer o que estava fazendo sem perguntar o que ele queria, mas ele logo começou a falar.
-Vou ter que trabalhar hoje- Por incrível que pareça eu respirei aliviada, quem sabe um tempo longe fosse fazer bem pra nossa relação- Tá me ouvindo Tatáh?
-Sim, você vai ter que trabalhar. Por mim tudo bem.
-E o que eu disse depois disso? Você ouviu?
-Não. Desculpa, o que foi?
-Pedi pra você vir comigo. Eu estava aqui pensando, você nem conhece meu trabalho e as pessoas lá também nunca te viram.. Seria legal não acha?
-Guga não tô animada não, quero ficar em casa. Pode ser outro dia?
-Pode.- ele respondeu meio cabisbaixo.
Sorri pra ele e continuei fazendo nosso almoço. Em minutos tudo estava pronto. Arrumei a mesa enquanto ele permanecia calado. Peguei seu prato e o servi. Ele agradeceu e depois começou a comer. E foi assim os minutos que passaram, os dois comendo em silêncio. No fim, ele colocou seu prato na cama e subiu pra arrumar suas coisas. Eu sabia o que ele estava tentando fazer mas não ia dar certo. Ele estava daquele jeito pra que eu voltasse atrás na minha decisão, mas eu não iria fazer isso sendo que tudo que eu mais queria era ficar um tempo afastada, pelo menos um dia.
Lavei os nossos pratos e deixei a cozinha limpa. Em seguida, subi pra me arrumar. Ia passar no meu consultório pra ver como andava as coisas por lá. Entrei no banheiro e comecei a tomar banho.
-Amor?- Gustavo bateu na porta.
-Oi- gritei pra que ele me ouvisse.
-Eu já vou.
-Vai com Deus Guga. Quando chegar lá me avisa.
-Aviso sim.- ele disse por fim e se foi.
Terminei  meu banho e fui me vestir. Coloquei uma roupa mais leve. Um vestido um pouco curto, apto pra ocasião. Fechei a casa e sai as pressas ajeitando o relógio no pulso. Abri o carro e joguei a bolsa no banco do passageiro. Enfiei a chave na ignição, abri a janela e em seguida coloquei o cinto.
-Buh- Luan apareceu encostando na porta.
-Que susto.- coloquei a mão no peito- O que faz aqui em plena sexta? Não tem show hoje?
-Nossa, pensei que ia dizer 'tava com saudades de você Lu'.
-Eu tava mesmo- ri dele- Mas não esperava te ver hoje.
-Cadê seu maridinho?
-Larga de ser sínico Luan..
-Não falei nada demais..
-Me desculpa, estou com pressa.
-Tô te atrapalhando? Nossa, me desculpe você. Vai demorar a chegar?
-Não, na verdade vou só no meu consultório. É coisa rápida.
-Posso te esperar?
-Claro.
-Então vai lá, quando voltar tenho uma surpresa.
-Surpresa?- perguntei animada.
-Interessou né safadinha?! Mas vai logo, você tá atrasada..
-Não faz isso comigo Luan, sabe que sou curiosa.
-Até daqui a pouco Tatáh- ele saiu indo em direção a sua casa.
Que raiva fiquei, ele sabia que eu era curiosa, e que aquilo faria eu voltar o quanto antes pra casa. Fazer o que? Ele me conhecia como ninguém.
Assim que cheguei já fiquei surpresa com a entrada, estava tudo tão bonito, tão aconchegante. Entrei e me surpreendi mais, como eu podia imaginar que teria um consultório? Como eu previa, não demorou muito, e logo eu estava dirigindo de volta a minha casa.
Quando cheguei no condomínio a direção foi a da casa dele. Sério, tá pra nascer alguém mais curiosa que eu. Desci do carro e bati em sua porta, ele mesmo atendeu.
-Se eu te conheço, você nem foi em casa.
-Fala logo Luan..- Sorri e ele sorriu junto.
-Não tá na hora, sua surpresa não é aqui.
-Como não é aqui?
-Preciso que vá num lugar comigo. Mas é só mais tarde.
-Não faz isso comigo.. Você sabe que...
-Eu não sei de nada. Até as 20h.- ele fechou a porta na minha cara e eu fiquei perplexa parada a encarando.
Fui pra minha casa correndo. Abri a porta ao mesmo tempo que abria minha bolsa pra pegar o celular. Assim que peguei ,disquei seus números depressa e sentei no sofá em seguida.
-O que foi Tatáh? Saudade?
-Luan eu odeio quando faz isso.
-Isso o que?
-Fico de joguinho... Precisava fechar a porta na minha cara?
-Tô um pouco ocupado, desculpa.
-Eu, queria saber o que visto pra mais tarde.
-Colou não.
-Colou o que?
-Você tentando descobrir alguma coisa.
-Não, juro que não é isso. Mas não quero passar vergonha seja lá aonde a gente for.
-Tá bom, olhe, se arrume pra sair a noite.
-Como assim?
-Agora é com você. Beijo Tatáh.
Eu já estava começando a ficar nervosa com aquilo tudo. Subi pro meu quarto e comecei a procurar algo que eu pudesse vestir e se encaixasse em qualquer lugar. Escolhi um vestido preto, ele tinha uma abertura na parte de trás, que descia até próximo ao cóccix. Na parte da frente, tinha um detalhes em renda e era um pouco acima do joelho. Pra destacar escolhi um salto vermelho de veludo. Fui tomar outro banho, fazer uma hidratação no cabelo, secar e passar chapinha. Não que eu quisesse ficar bonita pra ele, e sim pra ver se o tempo passava um pouco mais rápido. Ou na verdade. Um pouco dos dois. Sai do banheiro e comecei pelo cabelo. Após secar, passei chapinha e fiz alguns cachos que prendi com grampos.Em seguida, comecei minha maquiagem. Passei um sombra escura- um preto misturado com prata- e na boca um batom mais claro. Vesti o vestido, que entrava como luva em meu corpo. Olhei no relógio e faltava alguns minutos, acho que não adiantou nada a minha enrolação. Soltei os cachos, ajeitei com o pente, passei um fixador, e depois calcei o salto.. Olhei no relógio de novo, e o tempo parece que não passava. Por fim passei meu perfume, e resolvi esperar na sala.
A campainha tocou e eu sai desesperada pra abrir. Luan me olhava dos pés a cabeça e eu fiquei constrangida.
-Você está.. linda. Muito linda.
-Obrigada, podemos ir?
-Mas você não muda mesmo né? Sua curiosa.
Sorri e fui andando até seu carro. Luan ainda ficou enrolando pra entrar, foi andando lentamente só pra me estressar. Quando ele enfim entrou e viu que eu estava brava, disse que não me enrolaria mais e começou a dirigir depressa. Quando percebi estávamos saindo da cidade.
-Luan aonde está me levando?
-Não gostei do seu tom de voz, parece brava.
-Chega de palhaçada. Me fala logo.
-Tá, calma. Antes de mais nada preciso dizer que não tem mais como voltar e se você bater em mim é perigoso eu bater o carro e a gente pode até morrer..
-FALA LUAN- Gritei, estava sem paciência.
-Estamos indo pra Apucarana.
-Apucarana?
-Sim, você vai assistir um show meu.
-Eu não acredito Luan, por que não me disse logo?
-Porque eu não sabia se você ia aceitar.
-Fala sério, esse joguinho todo pra isso? Se você pedisse eu viria tá?
-Sério? Ah que bom, mas eu não quis arriscar, sua presença é muito importante hoje.
-Posso saber o motivo?
-Sim, tava com saudade de você.
-Eu te mato menino- dei um tapa nele e depois começamos a rir.
Quando ele me contou tudo que tinha feito pra que eu estivesse ali com ele, daquela forma, eu nem acreditei. Até o fato de Gustavo ter ido trabalhar tinha o dedo dele. Ele tinha pedido pro Rober ir até Maringá, marcar uma consulta com o Gustavo, dizendo que só queria se consultar com ele, tudo pra que ele viajasse. Eu não sei se era motivo pra rir, só sei que eu ria muito.
-Então o Rober não vai pro show hoje?
-Claro que vai, ele vai inventar lá que não pode mais esperar.
-E meu namorado tadinho? Se ele resolve voltar pra casa?
-Não vai, dei um jeito de enrolar ele.
-Como?
-Só dei uma esvaziada no pneu.
-LUAN...
-E tirei o reserva. Tem noção de como demora pra ele esperar um mecânico e trocar isso?- ele falava rindo sem parar- Ele vai tá exausto, vai querer descansar, vai até comemorar o fato de não ter que atender ninguém.
-Você é muito mal.
-Você que é, tá nem com dó do seu namoradinho.
-Lógico que eu tô. Mas quando ele chegar vou recompensá-lo de ter sofrido essas coisas por causa do meu amigo louco.
Luan parou o carro abruptamente e me olhou.
-Vai recompensar coisa nenhuma.
-Luan, somos namorados, querendo ou não.
-Mas não fiz isso tudo pra ele se dá bem depois.
-Dirige Luan, se não vai se atrasar.
Ele voltou a dirigir revoltado. E eu fiquei rindo. Ele era maluco.
Chegamos em Apucarana perto do show começar, fomos direto pro local. Entramos pela parte de trás e fomos correndo pro camarim, onde todos nos esperavam.
-Que bom que chegou, tem muita gente pra atender hoje.- Roberval falou ajudando ele a vestir um colete.
-Pode começar a mandar entrar. E a senhorita, fique quietinha ali- ele apontou pra uma poltrona que ficava no canto da sala e eu fui.
Olhei ele enquanto dava entrevistas e atendia as fãs. Era lindo ver o meu Luan, meu amigo que tanto sonhou com aquilo, enfim realizando seu sonho que parecia tão distante. Ao observá-lo era como se voltasse no tempo, da época de quando brincávamos de ser as dançarinas dos seus shows, da época em que toda sua família se reunia num churrasco e ele nunca ficava comigo por ter que cantar. Uma nostalgia me dominou com força, e eu viajei por muito tempo.
-Vamos?- ele parou na minha frente com a mão estendida.
Segurei e fui com ele até o camarim do lado, onde ficava a banda. Cumprimentei todos, e depois rezamos juntos. Eles juntaram as mãos no meio e começaram a contar e falar um monte de coisa ao mesmo tempo. Eu me diverti. Todos a postos, eu tive que ficar ao lado do Gutão. Ele conversou comigo mas se calou assim que Luan entrou no palco, ele sabia que eu queria e precisava ver o meu melhor amigo cantar pra multidão que ali estava.
O show do Luan era incrível, pode parecer clichê, mas pra mim, o melhor show de todos que já vi na vida. Foi diferente de tudo que eu já tinha visto antes, e bem melhor do que o primeiro show dele que pude ver. Cada detalhe, cada música, cada dança, era tudo sincronizado pra que as pessoas se apaixonassem mais. Da maneira como eu estava apaixonada.
-Gostou?- ele me perguntou quando estávamos sozinhos no camarim.
-Eu amei. Sério, parece que tô sonhando. Hoje é um dos melhores dias da minha vida. Te ver fazendo o que sempre quis é emocionante- disse enchendo os olhos de lágrimas.
-Não chora minha pequena, não te trouxe aqui pra isso, só queria te ver feliz.
-E eu tô. Muito feliz. E orgulhosa- abracei ele com força e me aconcheguei em seus braços fortes que me apertaram ainda mais.
Fomos nos afastamos aos poucos e quando percebi sua boca estava bem próxima a minha. Na hora não pensei em nada, tudo que eu queria era que ele me beijasse. Ele encarou minha boca e depois voltou a olhar dentro dos meus olhos. Em seguida foi minha vez de olhar sua boca, só que eu fiquei olhando ainda por muito tempo. Balancei a cabeça e empurrei ele.Num ato impensável, ele colocou a mão na minha cintura e me puxou pra perto de novo. Não tive forçar pra empurrá-lo mas uma vez, e coloquei meus braços sobre seu pescoço, encostando meu nariz no dele.
-Por que não me fala o que você quer?- perguntei
-Por que você não pede?
-Você quer tanto quanto eu...
-Mais sou um garoto orgulhoso.
-Não devia-  o puxei pra mais perto da minha boca.
Quando nossos lábios estavam ainda mais próximos, numa distância quase inexistente, a porta se abriu, fazendo com que nos afastássemos depressa.
-Luan, nosso plano deu errado. Gustavo tá voltando pra casa, precisamos devolver a Tanara.
-Precisam mesmo, disse pra ele que não tava afim de sair hoje, se ele não me encontrar em casa vai fica chateado comigo.. Luan?- olhei pra ele que me entendeu.
-Eu te levo, vamos!

Boa noite.. Vou falar bem pouco aqui porque ainda tenho que ir no twitter divulgar o capítulo e depois ainda quero assistir filme rsrsr.. Espero que gostem do capítulo. Qualquer dica, reclamação, fica a vontade pra postar nos comentário.. Beijos..
Indicando mais ma fanfic pra vocês >>>>> http://morenitasdoluan.wordpress.com/#_=_