Capítulo 29

Era meu última dia com Luan, ele estava triste e era visível isso pra toda produção. Ele não conversou com ninguém ficou quieto o tempo inteiro, só se animou no show- nem tanto como antes- mas depois voltou a ficar emburrado.

-Ta bem cara?- Rober perguntou.
-Só não tô afim de papo.- Ouvi ele responder.
-Luan- corri atrás dele que virou pra mim mas ficou encarando o chão- É meu último dia, não quero que fique assim, vamos aproveitar.
-Não tenho motivos pra aproveitar. Amanhã você vai embora cedo e vai se casar com Gustavo.
-Foi um erro essa aposta, mas já que estamos aqui, juntos, não vamos ficar triste né? Tive uma ideia. Posso dormir com você hoje?- Ele levantou a cabeça, me olhou nos olhos e sorriu. Como se aquilo renovasse suas forças, mas eu não queria que ele tivesse esperança, só queria que ele melhorasse.
-Pode.
-Olha, nada muda tá? A gente assiste um filme, come algumas besteiras escondidos do Gutão, -rimos- e se diverte. Somos amigos Lu, e eu te amo demais pra te deixar ficar com essa cara.
-Tudo bem, aceito sua proposta.
Fomos pro hotel e no caminho ele conversou com todos. Ninguém tocou no assunto sobre o seu mau humor durante o dia, mas a conversa foi fluindo de maneira agradável. Assim que chegamos no hotel Luan desceu na frente  pra atender as fãs como sempre fazia, eu desci depois com o Rober e passei sem que me vissem. Fui subindo sem o Luan e fui pro meu quarto deixar minhas coisas arrumadas. Logo ele bateu em minha porta e me guiou até seu quarto. Enquanto ele trocava de roupa eu escolhi o filme que iríamos assistir, Luan não gostava muito de comédia e eu não gostava muito de terror, que era as opções que mais tinham ali, no fim escolhi uma comédia romântica. Luan se jogou na cama e se enrolou na coberta.
-Você não quer trocar de roupa?- eu ainda estava com a roupa do show
-Tô com preguiça de ir lá no quarto.
-Veste uma minha.
Dei de ombros e levantei da cama. Mexi na mala dele e peguei uma camisa qualquer. Me troquei no banheiro e depois me joguei na cama igual ele.
-Sabe, você ficou linda.
-Sem graça- dei um tapa no braço dele e começamos a assistir o filme.
Foi mais tranquilo do que eu pensava. Luan não fez nada, não pegou na minha mão, não me abraçou, nem se quer olhou pra mim. Estava tudo do jeito que eu queria, mas no fundo, eu queria sim que ele tentasse me roubar um beijo. Assim que o filme acabou ele virou pra mim e apoiou sua cabeça em um dos braços.
-Gostou do filme?
-Meio sem graça- ri e olhei pra ele fazendo carinho em seu cabelo.
-Então, tá com saudade do seu noivo?
-Não muita- ri.
-Quero que saiba que eu fiz tudo que podia.
-Eu sei, você é incrível, mas...
-Eu já sei o que acha não precisa repetir.
-Te amo Lu- beijei seu rosto.
-Eu também te amo pequena. E tenho uma coisa muito séria pra te contar.
-Me contar? - me endireitei na cama e ele também.
-Sim, eu acho que está mais do que na hora de você saber..- ele me encarou e eu deixei ele continuar- Eu fiquei sabendo que estava com leucemia pela sua tia, viajei com ela e a Juliana pra fazer o teste de compatibilidade. Como estava magoado ainda, não fui te ver, vim embora direto. Dias depois fiquei sabendo que eu era compatível.
-O quê?- olhei pra ele assustada. Então.. Não pode ser. Porque ninguém me contou?
-Fiquei muito feliz em saber que eu podia te ajudar, e que sua vida estava- ele encarou as mãos- que sua vida estava em minhas mãos.
-Luan para. Por que nunca me contou? Por que não deixou que me contassem? Por que esconderam isso de mim? Eu sempre quis saber quem era meu doador. Por que me esconderam isso?
-Eu pedi pra não contar. Fiz de tudo pra não me esbarrar com você no corredor. Não queria que você soubesse. Pra ser sincero, tinha medo de você ficar comigo por dó ou obrigação e não por amor.
-Eu não sei o que falar- comecei a chorar- Muito obrigada. Você salvou minha vida- segurei suas mãos.
-Não está brava?
-Eu diria, que estou surpresa.
-Eu faria tudo de novo. Daria minha vida se precisasse, mas não conseguiria viver sem você.

Não consegui evitar. Puxei ele e beijei seus lábios. No começo ele não fez nada, como se quisesse acreditar que aquilo estava acontecendo. Que tinha partido de mim a iniciativa.. Olhei pra ele pra ver sua expressão. Ele sorriu e colocou as mãos no meu rosto. Logo iniciamos um outro beijo. Que foi se intensificando cada vez mais.

Luan desceu as mãos até minha cintura e virou ficando em cima de mim. Suas mãos percorreram meu corpo com pressa e eu nem tentei impedir. Tirei sua camisa e em seguida sua bermuda. Ele parou de me beijar e olhou dentro dos meus olhos. Puxei ele de novo e ele tirou a blusa dele que eu vestia. Levantou um pouco meu corpo e tirou meu sutiã. Nos amamos por horas e depois dormimos abraçados.

No dia seguinte acordei antes dele. Minhas mãos estavam sobre sua  barriga nua, e nós dois ainda estávamos sem nenhuma roupa. Peguei o caderno em cima da escrivaninha e escrevi.
"Luan, me desculpa por fugir. Me desculpa por ter alimentado sua esperança. Me desculpa pelo que vou fazer agora... 
Estou desistindo da nossa aposta. Isso não faz sentido nenhum. Eu aceitei me casar com Gustavo e ele não merece isso. 
Agradeço pelo que fez por mim, agradeço por ter salvo minha vida, e peço, na verdade imploro que não fique bravo comigo e que me entenda. 
Te amo sim, mas não da mesma forma que você. Não quero perder sua amizade.
                                                               Tanara Simon"

Vesti minha roupa e saí as pressas de seu quarto. Uma vontade de chorar me invadia mas eu não permiti que uma lágrima sequer descesse pelo meu rosto, fazendo com que meu choro ficasse preso na garganta, me sufocando. Troquei de roupa rápido, peguei minhas coisas e pedi pra recepcionista pedir um táxi pra mim. Não demorou muito eu estava indo embora pra minha casa, voltando pro meu noivo, voltando pra minha vida.

Narrado por Luan.

Acordei sorrindo lembrando da noite anterior. Lembrando dos nossos beijos, nossos toques, nossos carinhos. Coloquei a mão do outro lado da cama procurando por ela, mas tudo que encontrei foi um pedaço de papel. Levantei e sentei na cama esfregando meus olhos. Ainda sorrindo comecei a ler o bilhete, que pela letra, era de Tanara. Meu sorriso logo se desfez na primeira frase "Luan, me desculpa por fugir" Continuei lendo a carta e me peguei chorando quando terminei. Não era justo. Gustavo não merecia mas e eu? Eu merecia passar por aquilo? Maldita hora que propus aquilo pra ela, maldita hora que deixei meus sentimentos  falarem mais altos. Eu estava me sentindo um idiota. Um completo imbecil.

Narrado por Tanrana.
Cheguei em Londrina antes do almoço. Quando cheguei em casa Gustavo ainda dormir. Acordei ele com beijos pelo rosto e vi um sorriso se formar em seu rosto.
-Meu amor que saudade- ele levantou e me deu um abraço- Como foi lá?
-Foi bom.
-E sua tia?
-Ela está melhor.- sorri forçado- Tenho uma coisa séria pra te falar.
-Fala.
-Quero me mudar pra Maringá.
-Mas por que isso agora amor? E seu consultório?
-Vamos vendê-lo. Vai ser melhor assim, seu trabalho está lá, e você não vai precisar viajar direto. Isso tem te cansado muito que eu sei. Acho que é a melhor coisa a se fazer.
-Tudo bem, se prefere assim. Vou procurar uma casa por lá.
-Se não for pedir demais, procure uma o mais rápido possível.

O capítulo 29 era outro, aí no desespero de postar logo pra vocês eu perdi ele inteiro :/ eu até lembro o que tinha escrito mas preferi postar esse - que ja ta a pronto a um tempo- logo. Sei que vão gostar mas desse do que gostaria dos outros, e se o outro se perdeu, é porque não era pra ser né?! Postei hoje pq uma leitora pediu de presente :) então, é pra vcs! Beijos!!

Capítulo 28

As coisas não estavam saindo como Luan havia planejado, ele tinha muitos compromissos. Era show, rádios, programas de TV, coisas atrás de coisas e nós não tínhamos tempo pra nos divertir. O que era ruim pra ele, e bem mais fácil pra mim.

Estávamos no Rio de Janeiro, Luan ia gravar o Mais Você. Saiu bem cedo e me deixou dormindo. Acordei e liguei o programa que passava ao vivo pra ver sua entrevista. Me emocionava ver meu gurizinho sonhador na televisão, recebendo homenagens e sendo tão bem elogiado. Quando o prgrama terminou pedi meu café no quarto. Comi devagar enquanto esperava por ele.

Assim que terminei de comer, abri a porta pra camareira recolher o que tinha sujado. Luan entrou atrás dela que o olhava admirada. 

-Oi- ele a cumprimentou.

-Olá seu Luan, quer alguma coisa?

-Não, muito obrigada.

Fechei a porta e comecei a rir com Luan, a reação das pessoas quando o viam eram muito engraçadas.

-Tô exausto- ele se jogou na minha cama.

-Imagino. Já se passou uma semana- sentei na cadeira o encarando.

-É, não está nada sendo como eu planejava.

-Melhor pra mim- pisquei.

-Hoje depois do show, queria te levar em um lugar. 

-Você devia aproveitar pra descansar.

-Não consigo dormir antes das 6h. Por isso vou descansar agora, aqui! Bem na sua cama. Boa noite minha linda- ele virou e simplesmente dormiu. Me deixando ali sem fazer nada. Eu não o culpava, imagino que aquilo o cansava demais. 

Fiquei vendo a televisão, enquanto eu mesma fazia minha unha. Depois hidratei meu cabelo, e fiz mil e uma coisas pro tempo passar mais rápido. Escolhi a roupa pro show e deixei separada. Quando estava anoitecendo Luan acordou.

-Você perdeu o dia- falei enquanto passava chapinha.

-Eu sei, mas me sinto novo- levantou se espreguiçando- Não entendo.

-O quê? 

-Pra que cês passam esses trem no cabelo. Seja natural cara, do jeito que vieram ao mundo.

-Questão de vaidade Luan, de querer ficar mais bonita. Só isso!

-Você é linda de qualquer jeito.

-Acorda me cantando?

-Não tenho mais tanto tempo assim pra te seduzir- eu ri mas não disse nada.

-Preso?- Segurei em cima meu cabelo com as mãos pra mostrar- Ou salto?- soltei e ajeitei com a mão

-Tanto faz- ele deu de ombros.

-Não tá ajudando.- Levantei e mostrei pra ele a roupa que eu usava- Tá feio?

-Tá linda.

-Sério? Eu achei muito simples. Combina com meu colar?- Mostrei pra ele- E com meus brincos? Me ajuda Lu..

-Não, você é muito confusa. Vou me arrumar tá?- ele veio até eu, me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto me deixando com aquelas dúvidas..

No fim, coloquei um short jeans com spike e continuei com a blusa que eu estava achando simples. Coloquei um salto que deu toda a sofisticação ao meu look e coloquei só o colar, deixando o brinco de lado. Peguei a chapinhas e fiz uns cachinhos nas pontas do meu cabelo e depois fui me maquiar.

Fui com Gutão pra van que estava na garagem. Ela daria a volta e pegaria Luan na frente do hotel. Tudo aquilo pra que ele falasse com as fãs que o esperavam ali. E eu entrava antes pra que elas não me vissem. Da janela observava tudo, ele dando autógrafos, abraços e beijos enquanto eu sorria sozinha.

-Acho bonito você ficar feliz por ele- Gutão comentou.
-Fico porque eu acompanhei tudo né? Seus medos, suas inseguranças, e olha o que se tornou hoje.

-Ele tem carisma, tem talento. Vai longe.

-Também acho.

Logo Luan entrou na van e fomos pro show. Ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido que eu estava linda. Quem não gosta de ouvir isso né? Lógico que fiquei toda boba. O show sucedeu normalmente, com todas as brincadeiras,  palhaçadas e euforias de sempre. Assim que fomos embora a van tomou um outro rumo. Que não demorou muito a ser descoberto.

-Praia? - perguntei

-É, a melhor hora de se ir a praia pra quem é famoso- ele sorriu pra mim.

Descemos e ficamos andando pela praia de mãos dadas, só ele, o mar, a lua e eu. 

-O Rober, o Well e o Gutão.. Não vão vir?

-Quero ficar a sós  com você.- ele riu de um jeito sem vergonha.

-Boa tentativa- peguei no nariz dele, tirei meu salto e saí correndo pela praia.

-Me espera sua louca- ele correu atrás de mim.

Ficamos parecendo duas crianças ali, correndo pela praia vazia, procurando fazer o menor barulho possível, mas se divertindo ao máximo. Fui em direção ao mar e comecei a chutar a água. Luan fez a mesma coisa tentando me molhar. 

Em seguida nos sentamos na areia. Eu no meio de suas pernas. Quando percebi, estávamos bem distantes de sua van. Mas não liguei muito pra isso.

-Sinto tanta falta de momentos como esse, poder correr e andar pela praia sem ninguém no meu pé. Não que eu não goste, é meu sonho, mas faz falta..

-Te entendo, mas quando diz "no seu pé" fala das suas fãs?

-Não- risos- Quer dizer, um pouco sim. Mas não pro mal sentido sabe?! Amo minhas fãs, amo de verdade talvez você nem acredite.

-Acredito sim- (risos)

-Eu amo elas, mas é tão difícil sabe?! Queria poder atender todas, mas é impossível e fica difícil pra mim também. Mas quando digo "no meu pé", me refiro mais a imprensa, e a meu segurança, o meu assistente.. entende?

-Mais ou menos, só quem vive mesmo consegue entender.

-É, exatamente. Mas vamos mudar de assunto... Gostou de vir pra cá?

-Gostei, amo praia.

-De manhã é melhor né?

-Não, acho que prefiro a noite, mas tranquilo, mas reservado.

-É, também prefiro.

-Sabe meu sonho?
-Qual?- Luan me puxou pra mais perto e me abraçou.
-Compor uma música com você.
-Sério? Podemos providenciar.
-Podia ser hoje?
-Podemos tentar. Já quer ir embora?
-Acho que sim.
-Vamos então.
Fomos de mãos dadas andando até a van. Luan abriu a porta e todos que estavam ali dentro deram um pulo assustados.
-Acorda povão- O Luan falou começando a rir em seguida.
-Finalmente boi. Bora?- Rober perguntou
-Bora.
Luan e eu nos sentamos no fundão, eu deitei no seu colo e ele ficou mexendo no meu cabelo. Não demorou muito pra chegarmos no hotel. Por incrível que pareça não tinha nenhuma fã ali. Fui no meu quarto trocar de roupa, pegar meu óculos de grau que usava de vez em quando, especialmente de noite porque era a hora que costumava ler, e em seguida fui pro quarto do Luan.
-Nem sabia que usava óculos- Foi a primeira coisa que ele disse quando abriu a porta.
Me sentei na cama dele e já peguei seu caderninho. Abri em uma página em branco e me ajeitei em sua cama tentando pensar em algo. Qualquer coisa que fizesse nossa música fluir.
-Respira, fazer uma música não é tão simples como parece.
Ele se aproximou deitando em sua cama, colocando os seus braços atrás da cabeça. Olhei pro quarto inteiro. Fui até a janela e olhei o céu. Voltei pro quarto. Olhei o quarto inteiro de novo.
-Tá difícil?- ele zombou de mim.
-Era pra você me ajudar (risos)
-Tô sem ideia hoje...
-O quarto meio escuro, a janela aberta, a porta encostada, a lua está tão bela...
-Interessante. Não rimou nada (risos)
-Então me ajuda Luan, você é o cantor daqui...
Luan puxou caderno da minha mão. Leu o verso pronto e completou:
- E eu tô aqui sentindo falta de você.
-Continua sem rimar gênio- ri dele dessa vez. Ele fez um sinal com a mão pedindo pra eu esperar.
-Já vi todos os filmes, li todos os livros e tô esperando, a próxima novela, tudo porque eu tô tentando te esquecer.
-Gostei- dei um pulo na cama.
-O segredo é pensar na outra estrofe e depois completar o que precisa na primeira.
-Tá linda.- Peguei o caderno dele e li o que tínhamos escrito- Mas não tenho ideia nenhuma.
-Isso é o de menos, ainda tem a melodia, que é bem mais difícil. E muito mais difícil que inventar uma melodia é inventar em cima de uma letra pronta. Podemos continuar outro dia?
-Pode ser- dei de ombros.- Vou pro meu quarto dormir.
-Já?- Ele levantou num súbito da cama.
-Sim, boa noite- fui pra cima dele beijar seu rosto mais ele virou me roubando um selinho.- Nossa Luan, nossa.- Levantei e fui em direção a porta.
-Pra você dormir feliz.
-Ah obrigada, vou dormir sorrindo.- ironizei e sai do seu quarto.
Assim que entrei no meu me joguei na cama e encarei no teto. Foi então que me peguei sorrindo mesmo. Que raiva eu tenho de pessoas que conseguem mexer comigo. Que raiva de ser tão fraca. Que raiva!!


Feliz Natal gente. Que o Senhor Jesus Cristo habitem no coração de vocês e que traga muitas bençãos.. Vim postar mais um pra vocês bem fofo não acharam? kkkkkks Então é isso, Beijos, e se puderem, comente  <3

Capítulo 27

Narrado por Tanara

Luan estava começando suas provocações, mas eu seria forte. Ou ele acha que só porque ele estava de cueca na minha frente mexeria comigo? De certa forma, fiz papel de ridícula na sua frente. Ele só ria, o que me deixava extremamente irritada. Enquanto ele tomava banho eu comecei as minhas provocações.
-Oi Gutão? Sabe quem tá falando?
-Tatáh? A amiga do Luan?
-A própria, será que podia fazer um favor pra mim?
-Posso.
-Pode comprar um energético e trazer pra mim? Quando chegar aqui te dou o dinheiro.
-Não, que isso. Eu pago. Jajá levo aí.
-Obrigada.
-Quem era?- Luan perguntou assim que saiu do banheiro. Ele estava com a toalha enrolada na cintura e não tinha se enxugado direito pois a água ainda escorria pelo seu tórax. E mais uma vez, eu estava fazendo papel de ridícula, admirando aquela barriga que estava tão.. tão diferente.- Vai me responder não?
-Hãn?
-Quem era no telefone?
-Ah, era o Gutão.
-O que ele queria?- ele perguntou se virando e vestindo a calça por baixo da toalha.
-Eu que liguei pra ele.
-Ah sim. Vai querer ir na rádio comigo?
-Não, não vou poder. Sabe que uma fotinha minha contigo acaba com meu noivado.
-Noivado?- Luan me olhou assustado.
-É, esqueci de te contar, Gustavo me pediu em casamento ontem, e eu aceitei- fingi empolgação na voz.
-Muito feio isso Tatáh. Aceitou já sabendo que não vai ter casamento nenhum- agora ele vestia uma blusa- Ficou feio assim?- ele se virou perguntando sobre a roupa.
-Olha Luan, só aceitei isso tudo pra provar que amo o Gustavo.
-Provar pra quem? Pra mim, ou pra você mesma?
Agora ele tinha me pego. Fiquei o encarando mais não disse nada, ele riu e entrou no banheiro pra arrumar o cabelo. Gutão bateu na porta, abri e mandei ele entrar.
-O Luan tá aí?
-Tô boi.- Luan gritou do banheiro.
-Obrigada mesmo- agradeci pegando o energético de sua mão- Você podia fazer outro favor?-  Eu falava fazendo charme.
-Quantos quiser.
-Será que poderia ver se tem um quarto pra mim? O Luan disse que ia ver isso mas não confio muito nele.
-Vou ver isso, mas se não tiver, você pode ficar no meu- ele disse colocando a mão no meu queixo e me encarando.
-Tô atrapalhando alguma coisa?- Luan parou na porta, cruzou os braços e encarou a gente bravo. Acho que meu plano estava funcionando.
-Não boi, a Tatáh só pediu pra eu comprar isso pra ela- Gutão apontou pro meu enérgico. Eu abri e comecei a tomar, e depois me joguei na cama do Luan- Eu vou lá Verei o negócio lá pra você Tatáh- Gutão disse andando de costas em direção a porta- Tchau gente- ele disse meio sem graça e saiu.
-Ei, se não achar, eu aceito seu convite- ri pra ele que assentiu e foi embora.
-Eu sei bem o que está tentando fazer dona Tanara- Luan continuava do mesmo jeito- E não vai funcionar...
Coloquei o energético do lado e sentei na cama. Peguei meu celular e ignorei o Luan. Ele voltou pro banheiro e o silêncio tomou conta de tudo.

-O que ta mexendo aí?- ele se sentou do meu lado e olhou pra tela do meu celular.
-Nada demais, só lendo algumas coisas sobre Leucemia.
-Por que ler sobre isso? Não se curou?
Encarei Luan surpresa. Como ele sabia que eu tive leucemia? E como ele sabia que eu tinha sido curada? Eu nunca tinha comentado com ele, a menos que.. Juliana!
-Quem te contou?
-Me.. me contou?- ele gaguejou- A Juliana claro. Foi, foi ela que me contou. Mas eu nunca toquei no assunto porque.. é.. delicado, eu acho.
-Sim, é bem delicado. Mas no fim deu certo. Sabe quantas pessoas sobrevivem a um câncer? Poucas! E quanto ao transplante de médula, a chance é mínima.
-Mas deu tudo certo.
-Deu, e sabe, a doença me deixou mais forte. Há males que vem pro bem, essa é a verdade...
-Acho incrível esse seu otimismo, sua fé. Você é incrível. Se fosse comigo, talvez não lidaria como você lidou,
-Luan, a gente não escolhe como vai ser vida. Deus que sabe todas as coisas.
-Eu sei, tudo acontece no tempo dele.
-Exatamente, e quanto mais o tempo passa mais aprendemos isso, que as coisas só acontecem no tempo de Deus. E eu confio nele.
-Eu tô apaixonado por você..
-Luan- ri sem graça.
-É sério. Posso fazer o que? Deus que quer assim.
-Não coloca o nome de Deus nas suas bobagens.
-Então você acha que é bobagem amar você? Eu não acho que seja bobagem Tatáh. Aconteceu! Eu me apaixonei de novo, e não posso fazer nada contra essa vontade que eu tenho de ficar com você, é muito mais forte do que eu.
Luan me encarava e eu via em seus olhos que nada do que ele disse era mentira. Mas acontece que muitas vezes nos enganamos na vida e eu tinha medo. Eramos amigos a tanto tempo, e se nunca deu certo porque teria que dar certo agora? Ele continuou me encarando mas sem fazer nada, não se aproximou pra me beijar, e também não me tocou. Eu não quis tomar a iniciativa, e meus pensamentos logo se distanciaram quando pensei que Gustavo não merecia aquilo. Levantei da cama e fui até o banheiro.
-Tatáh eu não vou forçar nada. Quero que se apaixone por mim como se apaixonou quando eramos mais jovens. Quero que sinta por mim, tudo que eu sinto por você, e pra isso não vou fazer nada que não queira, inclusive beijar você.
-Acho melhor assim- falei de costas.
-Eu já vou.
-Até mais tarde.
Ouvi a porta bater e respirei aliviada. Encarei meu reflexo no espelho e tentei falar pra mim mesma ali, enquanto me encarava, que eu tinha que lutar contra meus desejos e sentimentos. Era só o que eu sentia, atração, desejo. Mas ia passar. Tinha que passar.
Fui até a recepção e pedi um quarto, a moça disse que eu tive sorte e que tinha apenas um sem estar ocupado. Fiz meu check in e fui pro meu quarto.
Horas mais tarde bateram em minha porta.
-Eu disse que ia arrumar tudo pra você- Luan entrou nervoso.
-Estava sem fazer nada, então... Pode avisar o Gutão qu já arrumei?
-Depois aviso. - Ele sentou na minha cama e eu sentei do lado dele- Não quero esse clima ruim entre a gente tudo bem? Vamos agir naturalmente. Somos adultos e sabemos lidar com sentimentos não sabemos?- assenti- Então, se arrume que você vai pro show comigo. Fica com a banda, ninguém vai te ver ou tirar foto tudo bem?
Abracei Luan que passou as mãos em meu cabelo, depois segurou meu rosto e me deu um beijo na testa. Sorri pra ele e alisei seu rosto. Ele fechou os olhos como se quisesse sentir meus toques, como se precisasse deles. Ele foi abrindo os olhos lentamente junto com um sorriso encantador. Um sorriso único. Que só ele tinha.
-Está com fome?
-Um pouco.
-Vou pedir alguma coisa pra gente.
Comemos juntos e o clima foi ficando mais descontraído. Luan me contava algumas historias e nós dois riamos juntos. Eu parava, bebia um pouco de água, respirava, mas logo começava a rir de novo. Não dava pra evitar, estava gostando de estar ali com ele. Depois, ele saiu pra pegar seu violão, e voltou se jogando na minha cama.
-Essa eu escolhi gravar a muito tempo, e só mostrei pra Bruna. Aposto que você vai gostar.
-Mostra- dentei de bruços e apoiei a cabeça em minhas mãos. Ele logo começou a tocar uma melodia que era bem doce. Eu já estava gostando.
-Não é preciso mais adormecer, pra sonhar com um anjo descendo do céu. Basta você perceber que sou mais que um amigo fiel. Sou aquele que traz a alegria de Deus e a entrega direto ao seu coração. E com você vou sorrir e chorar, lado a lado vamos caminhar. Quando de ajuda você precisar, dou minha vida pra te resgatar, esse é o desejo de Deus. De hoje em diante o seu anjo sou eu. Sou muito mais que um amigo, sou um anjo que o Senhor enviou. Pode gritar para o mundo ouvir. Sou um anjo, que o Senhor enviou pra ti. Não tenho asas e nem sem voar, mas o que o mundo não pode, eu posso te dar. Vou te mostrar o caminho de Deus, só ele pode te santificar. Quando de ajuda você precisar, dou minha vida pra te resgatar, esse é o desejo de Deus, de Deus.. De hoje em diante o seu anjo sou eu. Sou muito mais que um amigo, sou um anjo que o Senhor enviou. Pode gritar para o mundo ouvir. Sou um anjo, que o Senhor enviou pra ti. (...)
-Que música linda Luan, adorei.
-Eu sei, e eu escolhi gravar pensando em você.
Sorri pra ele e lhe dei outro abraço. O jeito meigo, fofo e carinhoso dele, mexia comigo de uma forma, que nem se eu fosse louca, conseguiria resistir.

Surpresaaaa da madrugada \õo Se vcs disserem que eu demorei de novo bato em vocês rsrs, e olha quem nem teve tantos comentários assim, aliás, faz tempo que não tem tantos comentários, mas tudo bem... Apesar de querer saber muito o que vocês pensam e tão achando eu perdoo a falta de comentários, afinal, sei que tem jeito que não tem tempo mas mesmo assim ler, e isso já significa muito pra mim. Deixei alguns capítulos prontos, e umas partes também. Posso falar? Melhor não! Vou deixar todas curiosas kkkk É isso, vou ler meu livro e depois dormir.. Beijinho com carinho pra vcs <3 <3

Capítulo 26

Cheguei em casa e procurei por Gustavo, ele estava deitado em nossa cama dormindo. Sentei do lado e passei a mão sobre suas costas. Ele estava se esforçando tanto pra que nosso romance desse certo e eu não fazia um esforço se quer.
Andei até o guarda-roupa e separei algumas roupas pra viagem que faria com ele no dia seguinte. Não escolhi muitas, afinal, voltaríamos no mesmo dia. Depois, desci e fui assistir um filme. O resto do dia passou depressa.
No dia seguinte, fui acordada por Gustavo.
-Amor, vem comer alguma coisa porque daqui a pouco temos que ir.
-Tá, vou me arrumar rapidinho.
Tomei um banho rápido. Vesti um vestido branco,um pouco justo. Ele tinha uma abertura pequena na parte de trás. Calcei uma sapatilha e fiz um penteado no cabelo, deixei um pouco preso e um pouco solto. Desci as escadas e fui em direção a cozinha. Enquanto comia, Gustavo colocava nossas coisas no carro. Terminei meu café da manhã, lavei a louça que estava pequena e depois fui em direção ao carro após trancar a porta de casa. Assim que entrei no carro vi o Luan da janela, ele sorriu e me deu tchau. Eu balancei a cabeça e coloquei o cinto de segurança o ignorando.
A viagem foi tranquila e não demorou muito pra chegarmos em Maringá. Gustavo estava radiante, e eu fiquei feliz por vê-lo assim. Deixamos nossas coisas no hotel e depois fomos pro local onde ele trabalhava. Ele me apresentou pra todos que ali estavam, mas pelo que entendi ainda faltava algumas pessoas que chegariam depois do almoço.
-Sua esposa é muito bonita- uma moça me elogiou.
-Ela não é minha esposa, eu diria que é minha noiva- ele olhou pra mim e sorriu.
Não gostava de ser tachada de uma coisa que não era, e eu não era noiva de Gustavo, porque até onde eu sei, ele não tinha me pedido em casamento. Porém, eu preferi permanecer calada.
Gustavo me mostrou a sala em que ele trabalhava. Era um consultório odontológico muito bem equipado. E pelo tanto de paciente que vi, era bem requisitado também.
Fiquei com ele um pouco ali e depois fui pro hotel. Assim que cheguei, deitei na cama e comecei a pensar no que faria nas duas semanas.que se seguiriam. O pior é que eu não conseguia pensar em nada tão bom quanto eu queria.
Quando anoiteceu o Gustavo me ligou pedindo pra eu me arrumar pra jantar num restaurante japônes com ele. Gostei da ideia, seria um bom lugar pra contar sobre a minha viagem.
Após tomar banho, vesti uma calça jeans e uma blusa meio caída no ombro da cor branca, ela tinha uns desenhos pequenos na parte da frente. Calcei um salto preto e também coloquei alguns acessórios. Quando terminei de passar a maquiagem Gustavo chegou e pediu pra que eu esperasse ele a se arrumar.
Enquanto isso fiquei mexendo na internet pelo meu celular.
-Vamos?- ele me chamou.
Durante o caminho ele colocou um CD que ele gostava de ouvir e que eu particularmente detestava. É, nós não tínhamos tantas coisas em comum. Estava olhando a paisagem pela janela quando ele colocou a mão nas minhas pernas me fazendo olhar pra ele. Sorri mas logo voltei minha atenção pra janela.
-Chegamos.?- peguntei
-Sim- ele disse descendo do carro e passando por trás pra abrir a porta pra mim.
Entramos e sentamos num lugar reservado, fizemos nosso pedido e depois ficamos trocando carícias. Não demorou muito pros nossos pedidos chegaram. Gustavo pegava alguns sushis e colocava na minha boca. Eu estava achando aquele grude todo muito estranho, e eu não estava errada.
-Então, eu queria falar sério com você- ele me encarou.
-Fala- coloquei um sushi na boca e o olhei.
-A gente namora a muito tempo, já estamos morando juntos a um tempinho também..
-E..?
-Não sou bom com palavras vou logo ao assunto... Quer se casar comigo?
-Casar Guga? Você sabe o que eu acho, e não mudou nada.
-Eu te amo, e você me ama também não ama?
-Amo.. amo sim! Mais..
-Você tá estranha, tá acontecendo alguma coisa?
-Pra falar a verdade sim. É que minha tia, ela tá doente e pediu pra eu passar duas semanas na casa dela. - Eu não consegui pensar em outra coisa que o convencesse a concordar com minha viagem- Ia te falar antes, mas fiquei com medo de você achar ruim.
-Claro que não meu amor, devia ter me dito isso antes. Quando precisa ir?
-Amanhã.
-Mas já?
-Sim, mas vai passar rapidinho você vai ver- dei um selinho nele.- Já vamos embora?
-Você quer ir?
-Sim, pra Londrina.
-Tudo bem, mas antes, queria uma resposta a minha pergunta.
-Pergunta?
-É minha linda, se quer ou não se casar comigo?
Pensei bem e vi que aceitar seu pedido era o certo a se fazer.
-Sim, eu aceito.
Ele sorriu e iniciou um beijo calmo. Por incrível que pareça aquilo não me deixou tão feliz quanto eu achava que seria quando isso acontecesse, porque eu sabia que mais cedo ou mais tarde Gustavo me pediria em casamento. Não conseguia me entender, minha cabeça estava a mil, e eu queria muito sentir o que eu sentia antes.
Chegamos em casa de madrugada e eu fui logo arrumando minha mala. Coloquei algumas roupas pra show, e algumas mais simples como regatas e alguns shorts jeans. Depois peguei outra mala pra colocar só sapatos. E ainda tive que pegar uma mala menor pra colocar perfumes, cremes, chapinha, maquiagem, essas coisas de mulher.
-Quanta coisa amor, acho que você tá levando coisas que nem vai usar.
-Claro que vou Guga.
-Pensa comigo.. Sua tia está doente, você tá indo cuidar dela, vai ficar só em casa e tá levando maquiagem e muitas coisas que você só passa quando sai.
-É, mas eu gosto de estar bem arrumada..
-Você que sabe- ele riu.
Depois que arrumei tudo ele me ajudou a descer com as coisas e ajeitar no carro pra ficar mais fácil de sair no dia seguinte. Subimos abraçados e logo fomos dormir. Ele estava cansado e eu um pouco ansiosa. Peguei meu celular e mandei mensagem pro Luan, ele respondeu na mesma hora tudo que eu tinha perguntado, a hora que o jatinho estaria disposto e onde eu iria encontrá-lo.

Narrado pelo Luan

Não consegui dormir de tão ansioso que estava. Peguei um caderno, uma caneta  e meu violão e comecei a compor pra ver se me distraía. Mas tudo que eu pensava era em Tanara, se eu iria ou não conseguir conquistá-la. Um erro meu, e eu a perderia  pra sempre.

-Luan, acorda! Acorda!
-Testa porque não vai logo buscar a Tatáh e me deixa em paz?- virei pro outro lado.
-Deixa eu tentar.- ouvi uma voz feminina e logo sentei na cama.- Uai nem precisei fazer esforço.- ela riu.
-Você veio- puxei ela pra um abraço.
-Vim né Luan, e tive que inventar uma mentira pro Gustavo.
-Tipo o que?
-Olha casal vou deixar vocês aí e vou voltar pra minha cama. Luan mas tarde tem rádio.- Testa avisou e logo saiu.
-Ai Tatáh- Abracei ela de novo e depois fiquei alisando seu rosto de leve.
-Nem começa Luan, é pra jogar limpo.
-Tô só te fazendo um carinho bobona.
-Sei.. O que é isso?- Ela se referia ao meu caderno onde eu tinha começado uma música na noite passada.
-Segredo- tomei da mão dela..
Não que eu não quisesse que ela visse, afinal a música era pra ela, mas eu queria que fosse uma surpresa. Ela deu de ombros e logo se levantou.
-Onde vou dormir?
-Como onde? Aqui!
-Não Luan, não posso dormir com você.
-Dormir comigo? Mas eu nem pensei nisso- coloquei as mãos pro alto como se dissesse que eu era inocente.
-Eu exijo um quarto, se não.. eu vou embora!
-Tá, tudo bem, vou pedir pro testa arrumar um quarto pra você! Mas.. depois, porque ele foi descansar. Você espera?
-Contando que a noite eu esteja num outro quarto.
-Se você quer assim...
Levantei da cama e fui até minha mala pegar uma roupa pra vestir, digamos que eu estava bem a vontade. Olhei de relance e vi que Tatáh me analisava.
-Que foi?- levantei e a encarei.
-Você não tem vergonha de ficar de cueca na minha frente?
-Você é minha amiga, não tem problema- ri e mordi meus lábios.
-Pode ir parando Luan.
-Parando? Mas eu não tô fazendo nada- fui me aproximando dela.
-Fique aonde estava.
-Mas eu só vou calçar meu chinelo.
-Ah, sim! Desculpa.
Ri e entrei no banheiro. Agora sim, o jogo tinha começado... e ela tava mas tenso do que eu achei que taria.

Olhe só, nem demorei a postar dessa vez rsrs, se td der certo vou demorar bem menos pra postar o outro kkks.. Amei a ideia de vcs.. Por hoje é isso, agr vou morrer aqui deitada, pq tô gripada hje :/ Beijoos!

Capítulo 25

De repente nossa vida ficou parecendo história de um filme. Fomos correndo pro carro. Eu e Luan entramos na mesma hora e batemos a porta simultaneamente. Ele deu a partida e saiu em disparada, eu nem me preocupei em pedir pra ele ir devagar, apenas coloquei o cinto de segurança enquanto torcia pra chegar a tempo. Ninguém se permitiu dizer uma palavra se quer, até porque o clima ainda estava estranho. E pensar que eu ia trair meu namorado de novo.
Não demorou pra que chegássemos. Assim que paramos em frente a minha casa já se via dois faróis se aproximando. Só abri a porta do carro e desci correndo, sem nem olhar pra traz. Abri a porta de casa tremendo e depois tranquei. Tirei o salto e subi as escadas depressa. Guardei meu sapato na sapateira, tirei minha roupa, joguei na gaveta, corri pro banheiro, tirei a maquiagem, fiz um coque, e olhei pela janela. Ele já tinha entrado em casa. Puxei todas as cobertas da cama e deitei depressa. Segundos depois ele entrou no quarto. Respirei aliviada e fechei os olhos pra fingir estar dormindo. Ele se ajoelhou na minha frente, beijou minha testa e depois entrou no banheiro. "Meu Deus, o que eu tô fazendo?" pensei.
Aproveitei que ele tava no banheiro e procurei pelo meu celular, escrevi uma mensagem rápida com os dizeres "Luan, me desculpa, não deu tempo pra despedir :x Boa noite". Ele não respondeu, o que aumentou minha angústia, acho que ele ficou magoado comigo.
Acabei pegando no sono e nem percebi a hora que Gustavo se deitou ao meu lado.
No dia seguinte acordei tarde. Olhei no celular pra ver se tinha alguma resposta do Luan, mas me decepcionei ao ver que não tinha nada. Fui até o banheiro fazer minhas higienes e depois desci até a cozinha. Gustavo estava preparando um café pra nós dois.
-Bom dia meu amor.
-Bom dia- dei um selinho nele e depois sentei na mesa.
Fiquei olhando ele terminar de arrumar as coisas mas com o pensamento em outra pessoa, com pensamento em outro lugar.
-Não vai perguntar o que estou fazendo aqui?- Gustavo puxou assunto.
-Hãn?
-É amor, não era pra eu tá aqui se eu disse que viria embora só hoje no caso.
-É que desmarcaram a consulta- falei sem pensar
-Como você sabe?
-Sei?- olhei pra ele e percebi que tinha falado demais- Nossa que chute bom o meu- comecei a rir pra disfarçar.
Ele riu junto, o que fez o clima ficar descontraído. Tomamos o desjejum e ficamos conversando sobre ele querer me apresentar pra equipe de trabalho dele. Eu acabei sedendo e eu iria com ele no dia seguinte. Ouvi alguém  bater na porta  e fui correndo atender, na esperança de ser ele.
-Oi Bruna- falei meio desanimada.
-Que animação- ela riu.
-Desculpa, acabei de acordar.
-Tá sozinha?
-Com o Gustavo.
-Vim te chamar pro churrasco que vai ter lá em casa.
-Não estou muito afim.
-Ah mais vai. Vim te chamar Tatáh, não vim a toa.
-Tudo bem,vou só me arrumar e vou.
-Tô te esperando.
Me despedi dela e corri pra me arrumar. Peguei minha toalha e fui pro banheiro. Tomei um banho demorado, pra ver se eu relaxava um pouco. Saí enrolada na toalha.
-Vai sair?- Gustavo perguntou.
-Vou no churrasco na casa do seu Amarildo. Vamos?
-O Luan vai estar né?
-Acho que sim.
-Vou não, depois ele me bate de novo -risos
-Tá com medo Guga?
-Não, mas prefiro ficar em casa. E queria que ficasse comigo.
-Agora eu já disse que ia. Não posso furar. Bom, vou me arrumar no banheiro- peguei minhas coisas e fui terminar de me arrumar.
Vesti um shortinho bem curto, e uma blusa mais folgada de renda, da cor amarela. Calcei uma rasteirinha e prendi meu cabelo em rabo de cavalo. Passei uma maquiagem bem simples e coloquei o óculos escuro. Me despedi de Gustavo, peguei me celular e fui pra casa dos Santanas.
Quem me atendeu foi Bruna, que já me puxou pro quarto dela pra ajudá-la a escolher uma roupa. Ficamos conversando e depois ela foi tomar banho. Enquanto isso fui atrás de Luan.
-Posso entrar?- bati na porta do seu quarto. Ele apenas me olhou e não disse nada- Me desculpa por ontem- Entrei mesmo sem ele "deixar"-  Não fica chateado comigo por favor.
-Chateado? Por quê? Por você estar com um cara que não ama mais? Por estar me dando esperança de algo que não vai acontecer? Ou só por ter saído do carro sem nem me dizer tchau?
-Luan... você sabe que..
-Não Tanara, eu não sei. E pra ser sincero não quero saber de mais nada. Decidi tomar um rumo na minha vida, e ser feliz, como você  está sendo, ou finge ser- ele saiu do quarto dele e me deixou sozinha. Refletindo cada palavra sua.
De fato, não amava tanto Gustavo como antes, mas querendo ou não, algo me prendia nele. Sai correndo atrás de Luan e o puxei pelo braço, começamos a discutir no meio da sala.
-A gente é amigo Luan, você não pode me deixar confusa assim.
-Te deixar confusa? Mas por quê?- ele disse meio sarcástico
-Com tudo que me disse, eu não te dou esperança nenhuma.
-Não? Ontem você quase me beijou.
-Mas você queria Luan.
-E você não?- ele perguntou me deixando em silêncio.- Tatáh, eu quero fazer uma aposta. Cê topa?
-Aposta? Como?
-Quero que viaje um mês comigo.
-IMPOSSÍVEL- falei logo.
-Deixa eu terminar.. Um mês viajando comigo, pra ver se você decide o que quer da sua vida. Se você se apaixonar por mim, você larga o Gustavo, muda pra minha casa e vira minha namorada.
-Luan, isso é loucura.
-Se você não se apaixonar, pode escolher o que quiser.
-Tudo bem, mas vamos modificar um pouco as coisas. Vou viajar só duas semanas contigo. Você tem que jogar limpo e não tentar nada comigo. Se eu perder, termino com Guga, viro sua namorada mas... mudo pra uma outra casa, e não pra cá, isso nem a pau. Se eu ganhar... Mudo pra Maringá com Gustavo e a gente passa a se ver menos. Pra facilitar nossas vidas.
-O que te prente em Londrina sou eu?
-Não, o que me prende é o lugar,é agradável. Tem meu consultório também, mas vai ser melhor assim.
-Por mim tá perfeito- ele estendeu a mão e segurou na minha- Isso vai ser muito interessante- ele sussurrou no meu ouvido.
Foi então que percebi que tinha caído numa roubada, mas não tinha pra onde correr. Agora era ser forte e resistir ao máximo. Se ele não tentasse nada seria mais fácil, mas se ele tentasse... afinal a carne é muito fraca.
Fomos pro quintal e as pessoas começaram a chegar. Bruna desceu as escadas e veio se sentar perto de mim. Passamos o churrasco inteiro conversando, nós duas,e  algumas amigas dela. Foi divertido, apesar de eu estar com um peso enorme na conciência.
Fizemos uma roda, como sempre acontecia em todos os churrascos, era uma tradição. Luan puxou o violão, e começou alguns modões, quem sabia acompanhava, quem não sabia, apreciava o show particular.
-Pi, canta uma do Jorge e Matheus- Bruna pediu.
-Vou cantar uma de parceria com Matheus e Kauan, essa é top.- ele falou e começou a tocar- Hoje eu vi em seus olhos o medo que tem de encontrar. - ele logo começou a olhar pra mim- Percebi o desejo que você tem de me provar. E o que te impede de estar feliz? Ainda é cedo pra dizer adeus- logo as pessoas começaram a perceber que ele me olhava .- Vejo você distante em mundo pararelo ao meu. E nem sei se os meus planos ainda são os mesmo que o seu. E o que impede de estar aqui? Pra não passar a hora de dizer que sim.- Muita gente me olhou e começou a rir pra mim- Perde esse medo e vem correndo me chamar de amor uô uô, me beija minha flor, esquece tudo e vem, sem medo vem, sem medo vem. - encarei o chão por estar muito sem graça- Perde esse medo e vem correndo me chamar de amor uô uô, me beija minha flor, esquece tudo e vem, sem medo vem, sem medo vem.
Todos bateram palma, inclusive eu, meio atrasada por está digerindo tudo. Logo o churrasco continuou normalmente e as pessoas foram esquecendo do que aconteceu, a sorte foi que ninguém veio me perguntar nada, ou comentar algo. Por volta das 15h decidi ir embora, tinha que arrumar minhas coisas pra viajar com Guga. Agora mas do que nunca tinha que ir nessa viagem com ele, e pensar em algo que fizesse ele entender eu estar afastada por duas semanas.
-Onde vai?- Luan me segurou pelo braço.
Olhei pra sua mão e vi um copo de cerveja. Fiz careta e ele riu por ter entendido. Eu odiava ver ele bebendo.
-Ein?- insitiu.
-Vou pra casa, amanhã vou pra Maringá com o Guga.
-Hum.- ele bebeu um pouco da sua cerveja.-E quando pode viajar comigo?
-Você vai quando?
-Amanhã.
-Posso te encontrrar depois de amanhã?
-Pode, mas a semana começa a valer só quando você chegar.
-Onde você vai estar ?
-Florianópolis.
-E como vai ser? Vou em todo lugar que você for?
-Ainda vou pensar em tudo. Você quer que meu jatinho te busque?
-O Bicuço só pra mim? Ai eu quero- risos
-A gente acerta tudo por mensagem. Inventa uma desculpa bem convincente pro maridinho- ele disse zombando de mim.
-Namorado Luan.
-Tanto faz- ele me deu um beijo no canto da boca e saiu me deixando sem reação no meio da sala.
Um sorriso bobo e involuntário se formou no meu rosto. Eu tinha que pensar em algo, ou então estava definitivamente encrencada. Tudo que eu mais queria naquele momento era fazer o Luan se arrepender da ideia da aposta, então decidi que planejaria algo pra que em uma semana ele já quisesse se livrar de mim. Agora sim, vamos ver até onde isso vai chegar...

Bom dia queridas leitoras, essa semana recebi tanto "é hoje que vai postar?" e me sentia culpada por não conseguir escrever. É que roubaram o celular do meu irmão e ele tá usando mais o notbook agora, que era onde eu escrevia, e pelo celular, vocês não tem noção- algumas têm- é muito ruim. Mas vou ver se deixo uns prontos porque aí é só postar. Mas então, acho que essa aposta promete e vocês?
Gente quero que escrevam nos comentários coisas que o Luan deve fazer pra que a Tatáh se apaixone por ele , vale tudo, menos beijo ( então não é tudo ) mas enfim.. Vale provocações de todos os  jeitos. E também quero que comentem coisas que a Tatáh deve fazer pra irritar o Luan, vamos fazer o circo pegar fogo. kkks beijoos :)

Capítulo 24

Dedico esse capítulo à Anielly do @morenitasdoluan.


A semana foi passando normalmente, Luan voltou a sua rotina de sempre e a gente não se viu mais, porém ele sempre dava um jeito de falar comigo, mandava mensagem, ligava, tudo pra me deixar confusa. Gustavo estava muito fofo, tão fofo que chegava a enjoar, pegou abono do serviço aquela semana, pra me convencer que ele me amava e não deixar eu pensar na hipótese de nos separar.

Foi numa sexta-feira onde as coisas tomaram rumos diferentes. Eu estava preparando o almoço e ele apareceu na cozinha. Sorri pra ele e continuei a fazer o que estava fazendo sem perguntar o que ele queria, mas ele logo começou a falar.
-Vou ter que trabalhar hoje- Por incrível que pareça eu respirei aliviada, quem sabe um tempo longe fosse fazer bem pra nossa relação- Tá me ouvindo Tatáh?
-Sim, você vai ter que trabalhar. Por mim tudo bem.
-E o que eu disse depois disso? Você ouviu?
-Não. Desculpa, o que foi?
-Pedi pra você vir comigo. Eu estava aqui pensando, você nem conhece meu trabalho e as pessoas lá também nunca te viram.. Seria legal não acha?
-Guga não tô animada não, quero ficar em casa. Pode ser outro dia?
-Pode.- ele respondeu meio cabisbaixo.
Sorri pra ele e continuei fazendo nosso almoço. Em minutos tudo estava pronto. Arrumei a mesa enquanto ele permanecia calado. Peguei seu prato e o servi. Ele agradeceu e depois começou a comer. E foi assim os minutos que passaram, os dois comendo em silêncio. No fim, ele colocou seu prato na cama e subiu pra arrumar suas coisas. Eu sabia o que ele estava tentando fazer mas não ia dar certo. Ele estava daquele jeito pra que eu voltasse atrás na minha decisão, mas eu não iria fazer isso sendo que tudo que eu mais queria era ficar um tempo afastada, pelo menos um dia.
Lavei os nossos pratos e deixei a cozinha limpa. Em seguida, subi pra me arrumar. Ia passar no meu consultório pra ver como andava as coisas por lá. Entrei no banheiro e comecei a tomar banho.
-Amor?- Gustavo bateu na porta.
-Oi- gritei pra que ele me ouvisse.
-Eu já vou.
-Vai com Deus Guga. Quando chegar lá me avisa.
-Aviso sim.- ele disse por fim e se foi.
Terminei  meu banho e fui me vestir. Coloquei uma roupa mais leve. Um vestido um pouco curto, apto pra ocasião. Fechei a casa e sai as pressas ajeitando o relógio no pulso. Abri o carro e joguei a bolsa no banco do passageiro. Enfiei a chave na ignição, abri a janela e em seguida coloquei o cinto.
-Buh- Luan apareceu encostando na porta.
-Que susto.- coloquei a mão no peito- O que faz aqui em plena sexta? Não tem show hoje?
-Nossa, pensei que ia dizer 'tava com saudades de você Lu'.
-Eu tava mesmo- ri dele- Mas não esperava te ver hoje.
-Cadê seu maridinho?
-Larga de ser sínico Luan..
-Não falei nada demais..
-Me desculpa, estou com pressa.
-Tô te atrapalhando? Nossa, me desculpe você. Vai demorar a chegar?
-Não, na verdade vou só no meu consultório. É coisa rápida.
-Posso te esperar?
-Claro.
-Então vai lá, quando voltar tenho uma surpresa.
-Surpresa?- perguntei animada.
-Interessou né safadinha?! Mas vai logo, você tá atrasada..
-Não faz isso comigo Luan, sabe que sou curiosa.
-Até daqui a pouco Tatáh- ele saiu indo em direção a sua casa.
Que raiva fiquei, ele sabia que eu era curiosa, e que aquilo faria eu voltar o quanto antes pra casa. Fazer o que? Ele me conhecia como ninguém.
Assim que cheguei já fiquei surpresa com a entrada, estava tudo tão bonito, tão aconchegante. Entrei e me surpreendi mais, como eu podia imaginar que teria um consultório? Como eu previa, não demorou muito, e logo eu estava dirigindo de volta a minha casa.
Quando cheguei no condomínio a direção foi a da casa dele. Sério, tá pra nascer alguém mais curiosa que eu. Desci do carro e bati em sua porta, ele mesmo atendeu.
-Se eu te conheço, você nem foi em casa.
-Fala logo Luan..- Sorri e ele sorriu junto.
-Não tá na hora, sua surpresa não é aqui.
-Como não é aqui?
-Preciso que vá num lugar comigo. Mas é só mais tarde.
-Não faz isso comigo.. Você sabe que...
-Eu não sei de nada. Até as 20h.- ele fechou a porta na minha cara e eu fiquei perplexa parada a encarando.
Fui pra minha casa correndo. Abri a porta ao mesmo tempo que abria minha bolsa pra pegar o celular. Assim que peguei ,disquei seus números depressa e sentei no sofá em seguida.
-O que foi Tatáh? Saudade?
-Luan eu odeio quando faz isso.
-Isso o que?
-Fico de joguinho... Precisava fechar a porta na minha cara?
-Tô um pouco ocupado, desculpa.
-Eu, queria saber o que visto pra mais tarde.
-Colou não.
-Colou o que?
-Você tentando descobrir alguma coisa.
-Não, juro que não é isso. Mas não quero passar vergonha seja lá aonde a gente for.
-Tá bom, olhe, se arrume pra sair a noite.
-Como assim?
-Agora é com você. Beijo Tatáh.
Eu já estava começando a ficar nervosa com aquilo tudo. Subi pro meu quarto e comecei a procurar algo que eu pudesse vestir e se encaixasse em qualquer lugar. Escolhi um vestido preto, ele tinha uma abertura na parte de trás, que descia até próximo ao cóccix. Na parte da frente, tinha um detalhes em renda e era um pouco acima do joelho. Pra destacar escolhi um salto vermelho de veludo. Fui tomar outro banho, fazer uma hidratação no cabelo, secar e passar chapinha. Não que eu quisesse ficar bonita pra ele, e sim pra ver se o tempo passava um pouco mais rápido. Ou na verdade. Um pouco dos dois. Sai do banheiro e comecei pelo cabelo. Após secar, passei chapinha e fiz alguns cachos que prendi com grampos.Em seguida, comecei minha maquiagem. Passei um sombra escura- um preto misturado com prata- e na boca um batom mais claro. Vesti o vestido, que entrava como luva em meu corpo. Olhei no relógio e faltava alguns minutos, acho que não adiantou nada a minha enrolação. Soltei os cachos, ajeitei com o pente, passei um fixador, e depois calcei o salto.. Olhei no relógio de novo, e o tempo parece que não passava. Por fim passei meu perfume, e resolvi esperar na sala.
A campainha tocou e eu sai desesperada pra abrir. Luan me olhava dos pés a cabeça e eu fiquei constrangida.
-Você está.. linda. Muito linda.
-Obrigada, podemos ir?
-Mas você não muda mesmo né? Sua curiosa.
Sorri e fui andando até seu carro. Luan ainda ficou enrolando pra entrar, foi andando lentamente só pra me estressar. Quando ele enfim entrou e viu que eu estava brava, disse que não me enrolaria mais e começou a dirigir depressa. Quando percebi estávamos saindo da cidade.
-Luan aonde está me levando?
-Não gostei do seu tom de voz, parece brava.
-Chega de palhaçada. Me fala logo.
-Tá, calma. Antes de mais nada preciso dizer que não tem mais como voltar e se você bater em mim é perigoso eu bater o carro e a gente pode até morrer..
-FALA LUAN- Gritei, estava sem paciência.
-Estamos indo pra Apucarana.
-Apucarana?
-Sim, você vai assistir um show meu.
-Eu não acredito Luan, por que não me disse logo?
-Porque eu não sabia se você ia aceitar.
-Fala sério, esse joguinho todo pra isso? Se você pedisse eu viria tá?
-Sério? Ah que bom, mas eu não quis arriscar, sua presença é muito importante hoje.
-Posso saber o motivo?
-Sim, tava com saudade de você.
-Eu te mato menino- dei um tapa nele e depois começamos a rir.
Quando ele me contou tudo que tinha feito pra que eu estivesse ali com ele, daquela forma, eu nem acreditei. Até o fato de Gustavo ter ido trabalhar tinha o dedo dele. Ele tinha pedido pro Rober ir até Maringá, marcar uma consulta com o Gustavo, dizendo que só queria se consultar com ele, tudo pra que ele viajasse. Eu não sei se era motivo pra rir, só sei que eu ria muito.
-Então o Rober não vai pro show hoje?
-Claro que vai, ele vai inventar lá que não pode mais esperar.
-E meu namorado tadinho? Se ele resolve voltar pra casa?
-Não vai, dei um jeito de enrolar ele.
-Como?
-Só dei uma esvaziada no pneu.
-LUAN...
-E tirei o reserva. Tem noção de como demora pra ele esperar um mecânico e trocar isso?- ele falava rindo sem parar- Ele vai tá exausto, vai querer descansar, vai até comemorar o fato de não ter que atender ninguém.
-Você é muito mal.
-Você que é, tá nem com dó do seu namoradinho.
-Lógico que eu tô. Mas quando ele chegar vou recompensá-lo de ter sofrido essas coisas por causa do meu amigo louco.
Luan parou o carro abruptamente e me olhou.
-Vai recompensar coisa nenhuma.
-Luan, somos namorados, querendo ou não.
-Mas não fiz isso tudo pra ele se dá bem depois.
-Dirige Luan, se não vai se atrasar.
Ele voltou a dirigir revoltado. E eu fiquei rindo. Ele era maluco.
Chegamos em Apucarana perto do show começar, fomos direto pro local. Entramos pela parte de trás e fomos correndo pro camarim, onde todos nos esperavam.
-Que bom que chegou, tem muita gente pra atender hoje.- Roberval falou ajudando ele a vestir um colete.
-Pode começar a mandar entrar. E a senhorita, fique quietinha ali- ele apontou pra uma poltrona que ficava no canto da sala e eu fui.
Olhei ele enquanto dava entrevistas e atendia as fãs. Era lindo ver o meu Luan, meu amigo que tanto sonhou com aquilo, enfim realizando seu sonho que parecia tão distante. Ao observá-lo era como se voltasse no tempo, da época de quando brincávamos de ser as dançarinas dos seus shows, da época em que toda sua família se reunia num churrasco e ele nunca ficava comigo por ter que cantar. Uma nostalgia me dominou com força, e eu viajei por muito tempo.
-Vamos?- ele parou na minha frente com a mão estendida.
Segurei e fui com ele até o camarim do lado, onde ficava a banda. Cumprimentei todos, e depois rezamos juntos. Eles juntaram as mãos no meio e começaram a contar e falar um monte de coisa ao mesmo tempo. Eu me diverti. Todos a postos, eu tive que ficar ao lado do Gutão. Ele conversou comigo mas se calou assim que Luan entrou no palco, ele sabia que eu queria e precisava ver o meu melhor amigo cantar pra multidão que ali estava.
O show do Luan era incrível, pode parecer clichê, mas pra mim, o melhor show de todos que já vi na vida. Foi diferente de tudo que eu já tinha visto antes, e bem melhor do que o primeiro show dele que pude ver. Cada detalhe, cada música, cada dança, era tudo sincronizado pra que as pessoas se apaixonassem mais. Da maneira como eu estava apaixonada.
-Gostou?- ele me perguntou quando estávamos sozinhos no camarim.
-Eu amei. Sério, parece que tô sonhando. Hoje é um dos melhores dias da minha vida. Te ver fazendo o que sempre quis é emocionante- disse enchendo os olhos de lágrimas.
-Não chora minha pequena, não te trouxe aqui pra isso, só queria te ver feliz.
-E eu tô. Muito feliz. E orgulhosa- abracei ele com força e me aconcheguei em seus braços fortes que me apertaram ainda mais.
Fomos nos afastamos aos poucos e quando percebi sua boca estava bem próxima a minha. Na hora não pensei em nada, tudo que eu queria era que ele me beijasse. Ele encarou minha boca e depois voltou a olhar dentro dos meus olhos. Em seguida foi minha vez de olhar sua boca, só que eu fiquei olhando ainda por muito tempo. Balancei a cabeça e empurrei ele.Num ato impensável, ele colocou a mão na minha cintura e me puxou pra perto de novo. Não tive forçar pra empurrá-lo mas uma vez, e coloquei meus braços sobre seu pescoço, encostando meu nariz no dele.
-Por que não me fala o que você quer?- perguntei
-Por que você não pede?
-Você quer tanto quanto eu...
-Mais sou um garoto orgulhoso.
-Não devia-  o puxei pra mais perto da minha boca.
Quando nossos lábios estavam ainda mais próximos, numa distância quase inexistente, a porta se abriu, fazendo com que nos afastássemos depressa.
-Luan, nosso plano deu errado. Gustavo tá voltando pra casa, precisamos devolver a Tanara.
-Precisam mesmo, disse pra ele que não tava afim de sair hoje, se ele não me encontrar em casa vai fica chateado comigo.. Luan?- olhei pra ele que me entendeu.
-Eu te levo, vamos!

Boa noite.. Vou falar bem pouco aqui porque ainda tenho que ir no twitter divulgar o capítulo e depois ainda quero assistir filme rsrsr.. Espero que gostem do capítulo. Qualquer dica, reclamação, fica a vontade pra postar nos comentário.. Beijos..
Indicando mais ma fanfic pra vocês >>>>> http://morenitasdoluan.wordpress.com/#_=_